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sábado, outubro 28, 2006

Bienal de Arte 2006






Tinha de tudo e mais um pouco
Angustiante, cansativo, plantação de arruda para apurar os sentidos, vídeos arte, política, crítica, estética as avessas, incoerências...Se descrever, não é mais arte

Angel

quarta-feira, outubro 18, 2006

Céu azul



Finalmente céu e mar azul por aqui
Eu e minha doadora em Arraial do Cabo- prainhas do Atalaia
Comemoração do dia das crianças atrasado. Olha meu irmaozinho sentado no canto e niver da Dina!
Bjs,

Angel

quinta-feira, outubro 12, 2006

Maluco Beleza





Maluco Beleza
Raul Seixas

Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal
e fazer tudo igual
Eu do meu lado, aprendendo a ser louco
Maluco total
na loucura real
controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez
Vou ficar
ficar com certeza
maluco beleza
Este caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
por não tem onde ir
Controlando a minha maluquez
misturada com minha lucidez
Vou ficar
ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar.....

Surge o Profeta Gentileza

"No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, quando tinha 44 anos, houve um grande incêndio no circo “Gran Circus Norte-Americano“, o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do natal, seis dias após o acontecimento, José (José Datrino, 11.04.1917-29.05.1996), acordou alucinado ouvindo “vozes astrais“, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro longos anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido“, ou simplesmente “Profeta Gentileza”.
Leonardo Boff nos escreve em "Saber Cuidar":
..."como nos profetas bíblicos, o Profeta Gentileza via nos acontecimentos a manifestação de um sentido profundo. O circo lhe sugere o mundo como um circo, como teatro e representação. Sua destruíção é uma metáfora da destruição de um tipo de mundo construído na falta de gentileza e gratuidade"
Por aqui, creio que ainda há muita dor naqueles que perderam alguém no vôo 1907.
Dor universal, dor humana. Não é necessário ser parente ou amigo de quem partiu naquele vôo. Perpassa à todos.
A clareira deixada pelo impacto da queda no meio da floresta. A destruição
Cuidar e criar gentileza. Nossa relação com o outro com a Terra.
Dizia sempre o profeta gentileza:
"seja maluco como eu, mas seja maluco beleza, da natureza, das coisas divinas"
Angel
Trechos retirados do site "O impressionista"

sábado, outubro 07, 2006

Traço




Parque lage, Escola de artes Visuais, aproximadamente 21:30. Dificuldades com o traço. Minha segunda aula de desenho com tinta sobre papel. Lembrar que a questão é da "observação à expressão".

Hoje temos uma modelo magra de cabelos castanhos escuros. Já tivemos muita gente bonita por aqui; lutador de Muay Tai, morenos sarados, mulheres de feições suaves. Nenhum gordinho, amputado, mastectomizada ou cego...Parece que já houve modelos diferentes no ano passado.

Sala cheia, todos os cavaletes ocupados. O ateliê é no subsolo da casa que foi de Henrique Lage. Tenho ocupado o cavalete em frente a cadeira onde senta-se o prof. Mollica (ou um artista professor, ou por outra um artista que por meio de sutilezas vai interferindo no aprendizado do desenho). A modelo está com um chapéu e uma canga preta com pequenos desenhos em branco. Suas posturas são pouco naturais. Notei quando ela se maquiou no início da aula. Cada modelo tem seu jeito de ir se despindo. Alguns chegam e mandam ver. Alongam-se ao natural. Outros vão se despindo aos poucos, aproveitando o efeito dos tecidos e, finalmente, há aqueles que nunca se despem. Ocultam os partes aqui e ali. Noto que as mulheres tem mais dificuldade. Os homens adoram se exibir... É muito interessante como nosso olhar pode ser modificado. Há o corpo nú observado pelo olhar clínico, artístico, piedoso, sarcástico. Nem sempre é o corpo por si só que modula o olhar, mas a intenção de quem olha. Preocupo-me em como percorrer linhas e curvas, ondulações, traços em busca de uma forma conhecida, de uma representação. Estou cansada à esta hora, não atribuo ao dia puxado, mas a rigidez da postura da moça. Reflito, trabalhe isso em você, procure modificar seu olhar. Os trabalhos não caminham bem, o que pode ser conferido na primeira foto. Mollica que me observa de sua cadeira é sutil e me dá o código:

" Parece pintura Renascentista, nem se vê a linha..................................tá bonito"

Olho pra traz e ele está afirmando com a cabeça. Não senti nenhuma convicção. A tradução menos educada seria: Está uma M. Não há traço, só uma busca pela representação natural. Não chegará a lugar nenhum assim, só ao bonitinho. Viro-me novamente para dizer: "Entendo"

Mudo a folha. A modelo deita-se agora no chão e relaxa. Basta ver a postura adotada: pernas apoiadas para cima, uma sobre a outra. Puxa a canga sobre um seio. Ela busca ocultar o rosto com o chapéu. Mollica aproxima-se e retira-o gentilmente, já há muito sob os panos. Não aprenderemos pintando panos e chapéus, precisamos de pele, rosto, e cor. Eu mudo da posição de pé para sentada no banquinho. Respiro, limpo os pincéis, relaxo os ombros. Começo com movimentos sutis sobre papel, apenas buscando delinear o traço, a tinta bem fluida. Detenho-me nos contornos, sugestões de pés, pernas, curvas com as quais brinco. O rosto, não podia vê-lo de onde me localizava, usei a imaginação. Esqueci-me do entorno, tanto faz, não quero mais resultado bonito. Não sei o que quero, talvez somente seguir o caminho do traço. Ele que me leve. Sutilezas. Apenas a linha sobre o papel. Sei que não julgava mais naquele momento.

Ouço uma voz, devem estar falando comigo. Aprendi que devo olhar sempre que há uma voz, pois pode ser comigo e não posso saber se não olhar. Era. Moliica estava falando, chamando minha atenção. Dizia algo como: "Sim! Agora há um traço com sangue! Mudou completamente. Pode parar, pode parar! Não precisa colocar mais nada." Levanto-use e retirou meu papel do cavalete. Gostou também do trabalho que veio a seguir e o nosso tempo se esgotou.

A modelo adota muitas posturas durante a aula e não temos mais que 10 minutos para trabalhá-las. Isso faz parte do método, creio. O tempo limitado força-nos a buscar a essência, de outra forma não terminaríamos nenhum desenho sequer.

Os trabalhos são dispostos no chão e comentados ao final. Foi uma noite rica e de muitos questionamentos. Porque é tão difícil deixar de lado as representações, as formas rígidas e padronizadas? A mente curiosa deve sondar as ambiguidades da visão.

Mollica cita Deleuze, a importância da filosofia na pintura. Discorre sobre a naturalidade do comportamento infantil que transparece no desenho. Falou-nos sobre a necessidade de ultrpassarmos o paradigma cartesiano E veio a seguir a física quântica. Desejava tanto ouvir tudo! Precisei usar muita imaginação e meu conhecimento teórico. Em cada trabalho fazia comentários: "...aqui a forma foi sugerida pela cor... jogue fora todo o resto, somente neste trabalho há vida" (e sabíamos que ali havia uma possibilidade). Uma aluna que havia começado ontem, muito ansiosa, indagou sobre a prática do desenho, que ela jamais conseguiria aprender sem orientação. Mollica explica sobre o caráter eminentemente prático do desenho. Não há como ensinar a andar de bicicleta. Uma hora vai. Algumas destas perguntas são aquelas que terei de me confrontar de agora em diante: Como se aprende? A prática deve preceder a teoria? Existem fórmulas prontas? O que influencia em nosso modo de ver e de fazer? Como nos libertar de estereótipos?

O trecho abaixo tanto pode se aplicar a arte quanto à educação. Retirei do livro "Arte e Ilusão", de Gombrich:

" ...O artista que deseja "representar uam coisa real (ou imaginada) não começa por abrir os olhos e olhar em volta, mas por tomar cores e formas e construir a imagem requerida. A razão pela qual muitas vezes esquecemos essa simples verdade é que em muitas pinturas do passado toda forma e toda cor significavam uma coisa só na natureza- o marrom servia para troncos de árvores, o verde para folhas, A maneira usada por Dali para deixar que cada forma representasse várias coisas ao mesmo tempo pode concentrar nossa atenção nos muitos significados possíveis de cada cor e forma-exatamente como um jogo de palavras bem feito nos faz perceber a função das palavras e o seu sentido"

Preciso encontrar uma forma de conciliar em meus estudos, arte e aprendizagem. Senão, como continuar meu trabalho, sem o necessário tempo para a prática do desenho e pintura, capazes de me retirar do lugar comum, transpondo-me para o universo de criação.

Angel

quinta-feira, outubro 05, 2006

Belô


Minas Gerais, terra de toda a minha família.
Iniciando por lá meu novo pé na estrada.
Encontro Nacional de Docentes na UFMG e sapa tomando sol no jardim da casa de minha tia
Bjs
Angel
Em tempo: preciso renovar meus vestidos

A flexa deixa-se atirar-se


Estava com saudades deste meu espaço, meu parque de diversões onde escrevo sem compromisso e esvazio um pouco o turbilhão de idéias e ações iniciadas. Tudo gera muita energia e a prática do TaiJi tem sido importante. Creio que somente agora, começo a entender um pouquinho desta filosofia de vida baseada no Taoísmo. Tem muita coisa acontecendo. Talvez o período mais criativo de minha vida (estou aposentando a palavra produtivo em favor de um mundo menos competitivo, combinado?)
Minha entrada no campo da educação tem me levando a antigas leituras que agora surgem com outro sabor. Refiro-me a Paulo Freire, o nosso educador maior. Faz tempo que não o leio e fazem cinco anos que ele partiu.
Angel