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sexta-feira, agosto 25, 2006

Tinha um Alce no caminho





Terminou hoje o Congresso Mundial de Saúde pública e o Brasileiro de Saúde coletiva, no Riocentro. De Lula à Mocidade Independente de Padre Miguel. Nosso mundo globalizado, desigual, de pobres muito pobres e ricos muito ricos. Muita Alma Ata, pesquisa e educação para conscientização de populações, bioética, hermenêutica e acabei de me lembrar das palavras finais do José Ayres da USP no painel muito concorrido coordenado por Fernando Lefèvre, “Produção na e da Saúde”. Dizia ele ao final: “Devemos pensar em qual é o nosso projeto de felicidade e qual o papel da saúde neste projeto”. Nosso projeto de saúde deve incluir a felicidade gente!
Hoje à tarde entrei na sala do debate de “Bioética, globalização e direitos humanos”, coordenado pelo Volney Garrafa e olha eu dando de cara novamente (ver postagem “palco da vida”) com um tetraplégico na ribalta. Achei ótimo, sentei e fiquei até o finalzinho. Então, o Steven Fletcher, primeiro deficiente físico membro do parlamento do Canadá deu seu depoimento que incluiu um atropelamento de um Alce que o deixou tetra nível C4. Claro que antes do acidente ele desconhecia os papos de deficiência, limitações, etc, mas, graças a um Alce teve sua história desviada para os rumos da superação. Entrou para a vida política e deu no que deu, hoje luta pelos demais. Uma luta antes de tudo consigo, com o seu corpo, velho desconhecido. Suas conclusões, também à elas cheguei. Custamos caro ao Estado, precisamos nos expor à sociedade para que compreendamos uns aos outros, devemos ser julgados pela nossa capacidade e não pela doença . Minha contribuição ao seu discurso: conquistar um espaço onde possamos ser livres para apenas existir como pessoa. E, para além de todas as limitações, integrar-nos num universo de incertezas que permitam o livre acesso à todas as possibilidades, e por meio de uma delas, vivenciar o espaço da leveza do espírito.
Imagens: Tem um Lula-lá no palco e Fletcher e sua super cadeira de rodas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Companheira Angela, valeu pela análise do Congresso Mundial de $aúde Pública.

Muitas emoções.

Beijos,

Fabio Batalha

Anônimo disse...

Ângela,
Acredito que todos que participamos deste congresso saímos um tanto quanto sensibilizados quanto às possívies soluções, à busca do real caminho para a saúde, ou a falta dela...
Hoje "foleando" seu blog pude perceber que muitas lutas começam interna e individualmente!
Que esforço herculeo!!!
Parabéns pelo blog, pela sensibilidade...
beijos

Angel disse...

Fábio e Ednéia

A bem da verdade há vários Alces no caminho. Um de cada vez, vamos contornando, não é mesmo?
Superbeijo
Angela