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quarta-feira, março 14, 2007

Anton



Este é Anton Raderscheidt, pintor expressionista alemão, e sua esposa Marta Hegemann. A foto foi tirada em torno de 1920. A rigidez de suas feições é assustadora. Qd olhei rapidamente, hoje pela manhã numa busca pela internet, lembrou-me Drácula. O modo como segura o pescoço nú de sua esposa, que parece ignorá-lo de perfil, somado ao busto estravagante e o excesso de gordura no pescoço parecem convidativos. Porque um artista posaria assim para uma foto histórica? Suas obras atravessam o construtivismo e beiram o expressionismo abstrato. São belas, intensas e ricas em cor. Ele nos fita dentro da alma, como se ainda vivo fosse, a prescutar nosso íntimo

Tive tantas idéias para esse texto, esqueci-me de todas. Já não ligo.Lentamente começo a mudar meus focos de interesses, trazendo a tona o que é legítimo, o que me torna viva, como o olhar da foto de Anton.

Tive tempo esta semana para preparar minha alimentação com zêlo, como se cada grama daquele alimento fosse meu de direito. Escolhi, embalei, carreguei, paguei, arrumei, fiz o cardápio, preparei o alimento. Fiz com calma, com prazer. Me senti maravilhosamente bem. Assimilação e eliminação, meu momento biológico-espiritual.

Ainda não consegui iniciar minha psicoterapia. Não encontro ninguém confiável. Os muito "confiáveis" são tb muito dispendiosos. Por que pagar tanto para alguém especializado te ouvir. Ainda acho que onde me sinto melhor é na arte, debruçada sobre tintas e pincéis. As cores ouvem minhas emoções e as linhas traçam meus sentimentos. São estas minhas conclusões terapêuticas do momento.

Foi uma tarde inteira de espera para a consulta com o hepatologista. O esquema medicamentoso (sabidamente hepatotóxico) está agredindo o fígado de forma incomum (para variar). Ele ficou indignado: - Como se esqueceram do fígado! Lá vou eu negociar minhas partes em SP.

Sinto uma predisposição a acreditar mais fortementemente em minha intuição e ela aponta para caminhos tão simples e por isso mesmo tão difíceis para mim de serem seguidos...

Não acredito que como quase toda a humanidade passarei um terço de minha vida dormindo e trabalhando, protelando para depois o trabalho real de desapego às fragilidades do ego. O esforço initerrupto de ser aceito. De não ser o que se é. Resta saber o que somos. Um tempo para a meditação, please! Não pode ser tão difícil assim, mas ao que parece, o que apreciamos mesmo é o apego,

E o sofrimento já me ensinou tanto, passar através da dor, isto é legítimo. Minha memória da dor, não é uma memória de desespero. Desta última, aprendi um pouco mais sobre isso. Sobre o passar com alma.

Parece que recebi um novo corpo, algo está acontecendo, intuição é assim, o que posso dizer?

Precisava sair há muito tempo.

O olhar de Anton, não é sereno, é?

Vc que não sabe nada sobre ele, cuja imagem foi encontrada no ciberespaço e nele estamos agora dividindo impressões. Quais perguntas faria à Anton?

Seu olhar me intimida

Angel

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